quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Essa é a sua vida?




Essa Não É A Sua Vida
Papas da Língua

Roubar
Subtrair uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer de alguém
Matar
Subitamente apagar dessa vida
Um pedaço que é nada mais
Que uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer de alguém
Viver
Repetir todo o dia a tarefa
De ser um a mais
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser
Alguém
Morrer
Simplesmente sair dessa vida
E deixar para sempre de ser
Um a mais e de ser
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser
Alguém

Números,números,números
O que é, o que são
O que dizem sobre você
Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história

Sentir
Sente-se que a metade
De vinte por cento
Dos vinte milhões de mulheres
No mundo
Não sentem nenhum prazer
Saber
Sabe-se que o total de pessoas
Que sabem o que é o amor
É igual a metade
Dos que já não sabem
O que é amar
Falar
Fala-se que só metade
Dos homens que sabem falar
Realmente não falam aquilo
Que sentem e falam e falam
Pensar
Pensa-se que uma parte
Daqueles que pensam
É só a metade dos vinte por cento
Que pensam naquilo
Que é bom pra si

Números,números,números
O que é, o que são
O que dizem sobre você
Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história

domingo, 27 de setembro de 2009

"Polícia do Rio mata bandido que ameaçava refém com granada"

Na sexta-feira, 25/09/2009, uma notícia correu todos os Jornais brasileiros:

"Na Tijuca, bairro da Zona Norte carioca, um bandido ficou em poder da dona de uma farmácia por 40 minutos. Ele ameaçava jogar uma granada quando foi morto por um atirador de elite."



A ação foi muito bem planejada e executada pela Polícia do Rio.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

The Resistance

Hoje venho falar um pouco do novo CD da minha banda favorita, Muse.



Eu já estava adaptado a não ter que definir ou classificar o Muse em nenhum gênero musical, quando apareceu uma palavra que finalmente coube na banda: Megalomania.

Como o título do álbum sugere, sim, eles continuam resistindo bravamente e seguindo seu caminho independente de qualquer outro gênero musical, o quê não os impede de também conversar e beber de diferentes fontes.




Dentro de “The Resistance” você pode encontrar de tudo: De pitadas de rap em “Undisclosed Desisres” até influências jazzísticas em “I Belong To You”. Mesmo assim o Muse não perde seu ritmo e muito menos a grandiosidade em dividir “Exogenesis” em três partes, auto-intitulada como uma sinfonia.

Uma sinfonia digna de muita presença do piano de Belamy, fazendo (ou tentando) ser um contraponto na história de arranjos elaborados da banda.

Os momentos de euforia e introspecção se alternam ao longo da obra, como na cadência de um show ao vivo. Desta forma a banda prova que ainda aposta no álbum como formato, como experiência sensorial que deve ser aproveitada na íntegra.

Apesar de sentir tantas influências, o Muse continua o mesmo porquê continua intenso. Tal como a letra de “Undisclosed Desires” anuncia satisfazer desejos.

Lista das Músicas:

1. "Uprising" – 5:04
2. "Resistance" – 5:46
3. "Undisclosed Desires" – 3:55
4. "United States of Eurasia (+Collateral Damage)" – 5:47
5. "Guiding Light" – 4:13
6. "Unnatural Selection" – 6:54
7. "MK Ultra" – 4:06
8. "I Belong to You (+Mon Coeur S'ouvre A Ta Voix)" – 5:38
9. "Exogenesis: Symphony Part 1 (Overture)" – 4:18
10. "Exogenesis: Symphony Part 2 (Cross Pollination)" – 3:56
11. "Exogenesis: Symphony Part 3 (Redemption)" – 4:36

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Primeira Guerra Mundial II

O recuo alemão para regiões mais afastadas de Paris combinou com o surgimento das trincheiras - "os soldados se enterraram para poder sobreviver". No inverno de 1914/1915 760 quilômetros delas haviam sido escavados, partindo do canal da mancha até a fronteira suíça. Em alguns pontos, distanciavam-se apenas de 200,300 metros uma da outra, em outros chegavam a quatorze km. Durante os quatro anos seguintes, milhões de homens iriam viver como feras atormentadas pela fome, frio e pelo terror dos bombardeios. Em todas as batalhas que se sucederam, as linhas não se alteraram mais do que 18 quilômetros. Nunca em toda a história militar da humanidade tantos pereceram por tão pouco.

Dificilmente as palavras conseguem reproduzir todo o horror de uma guerra, mesmo assim recolheu-se material daqueles que puderam deixar seu testemunho em forma de cartas, diários, memórias ou livros. Vamos ouvi-los:

"O odor fétido nos penetra garganta a dentro ao chegarmos na nossa nova trincheira, a direita dos Éparges. Chove torrencialmente e nos protegemos com o que tem de lonas e tendas de campanha afiançadas nos muros da trincheira. Ao amanhecer do dia seguinte constatamos estarrecidos que nossas trincheiras estavam feitas sobre um montão de cadáveres e que as lonas que nossos predecessores haviam colocado estavam para ocultar da vista os corpos e restos humanos que ali haviam."
(Raymond Naegelen, na região de Champagne)

"Pela manhã, quando ainda está escuro, há um momento de emoção: pela entrada do nosso abrigo precipita-se uma turba de ratos fugitivos, que trepam por toda a parte a longo das paredes. As lâmpadas de algibeira alumiam este túmulo. Toda a gente grita, pragueja e bate nos ratos. Descarregam-se, assim, a raiva e o desespero acumulados durante numerosas horas. As caras estão crispadas, os braços ferem, os animais dão gritos penetrantes e temos dificuldades em parar, pois estávamos prestes a assaltar-nos mutuamente."
(E. M. Remarque, pág. 113)

"De repente, uns silvos estridentes nos precipitaram ao chão, apavorados. A rajada acaba de estalar sobre nós. Os homens, de joelhos, encolhidos, com a mochila sobre a cabeça e encurvando as costas, se apegavam uns aos outros. Por baixo da mochila dou uma espiada nos meus vizinhos: arquejantes, sacudidos por tremores nervosos e com a boca contraída numa contração terrível, batiam os dentes e, com a cabeça abaixada, tem o aspecto de condenados oferecendo a cabeça aos carrascos. Esta espera da morte é terrível. O cabo, que havia perdido seu capacete, me diz: rapaz, se soubesse que isso era a guerra e que vai ser assim todos os dias, prefiro que me matem logo. (...) Na sua alegre inconsciência, a maioria dos meus camaradas não havia jamais refletido sobre os horrores da guerra e não viam a batalha senão pelas cores patrióticas: desde nossa saída de Paris, o Boletim do Exército nos conservava na inocente ilusão da guerra ser um passeio e todos acreditavam na história dos boches se renderem aos magotes. (...) A explosão daquele instante, sacudiu nosso sistema nervoso, que não esperava por isso, e nos fez compreender que a luta que começava seria uma prova terrível. Escute meu tenente, parece que se defendem estes porcos!"
(Diário do Tenente Galtier-Boissière, na frente ocidental em 22 de agosto de 1914)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Primeira Guerra Mundial I

Começa hoje uma sequência de duas postagens que farei sobre a Primeira Guerra.

Essa primeira parte apresenta alguns videos.
Todos foram muito bem contextuados, e mostram por meio da comédia a dura realidade da guerra.
Palmas para o grande gênio Chaplin!



Esse primeiro video mostra dois fatos marcantes:
- O mais evidente é o despreparo do Exército, que na verdade foi composto por muitos comerciantes que nunca tinha sequer pegado em uma arma
- O segundo é um detalhe pequeno, a ratoeira no pescoço do soldado, representando a fome que eles passavam durante o conflito.
Sim, eles capturavam os ratos para comer.



O segundo video mostra, de forma um pouco exagerada, as péssimas condições da trincheira, como a lama e a inundação de água.

Ah! Limburger é um queijo de origem belga, que é conhecido por ter um odor bastante forte.

A segunda postagem terá alguns depoimentos.
Desaconselhável para estômagos fracos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Amedicina

Leve estímulo para quem quer fazer Medicina.
Hahaha.



"Música da Banda Arritmia (Cuiabá - MT) que conta de forma humorada o trajeto da entrada à saída da faculdade de medicina."

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades



"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança:
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já foi coberto de neve fria,
e em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto;
que não se muda já como soía."
(Luís Vaz de Camões)

[mor - maior
soía - costumava]